Morte de 31 migrantes no Canal da Mancha é o pior incidente já registrado na região

Naufrágio matou migrantes e que tentavam chegar à Inglaterra. Outras 106 pessoas foram resgatados em águas francesas

A morte de pelo menos 31 pessoas no Canal da Mancha, em um naufrágio ocorrido na quarta-feira (24), é o pior incidente registrado na região desde que OIM (Organização Internacional para as Migrações) começou a coleta de dados, em 2014. Outros 106 imigrantes foram resgatados em águas francesas no dia do acidente.

Segundo o órgão da ONU (Organização das Nações Unidas), um número cada vez maior de pessoas tenta fazer a viagem em barcos pequenos e impróprios para navegar, enquanto fogem do conflito, da pobreza ou da perseguição em países como Afeganistão, Sudão, Iraque e Eritreia.

De acordo com a OIM, desde 2014, 166 migrantes foram registrados como mortos ou desaparecidos no Canal da Mancha e 22.930 foram registrados como mortos ou desaparecidos no Mar Mediterrâneo.

A Acnur (Agência da ONU para Refugiados) afirma que cerca de 1,6 mil pessoas morreram ou desapareceram no Mar Mediterrâneo neste ano enquanto tentavam chegar à Europa, vindos de Estados do norte da África ou da Turquia. Outras centenas morreram no Oceano Atlântico, ao largo da África Ocidental, em uma rota de migração para as Ilhas Canárias da Espanha.

Migrantes e refugiados são recebidos pelas equipes da Acnur em Malta, em 2016 (Foto: Acnur/Giuseppe Carotenuto)

Desde o início do ano, bem mais de 31 mil tentaram a perigosa travessia entre a França e o Reino Unido, e 7,8 mil pessoas foram resgatadas no mar, segundo autoridades francesas. Antes da tragédia de quarta, 14 pessoas morreram afogadas neste ano tentando chegar ao Reino Unido, disse um oficial marítimo francês. No ano passado, um total de sete pessoas morreram e duas desapareceram no Canal da Mancha.

Em julho, o Diretor-Geral da OIM, António Vitorino, pediu “medidas urgentes e pró-ativas” para reduzir a perda de vidas de migrantes que viajam por rotas marítimas perigosas para a Europa. O apelo ocorreu após um forte aumento no número de mortes nos primeiros seis meses do ano, depois de pelo menos 1.146 pessoas morrerem tentando chegar à Europa de barco de janeiro a junho.

Em setembro, o OIM relatou um aumento acentuado nas mortes e desaparecimentos de migrantes no mar em direção às Ilhas Canárias da Espanha, ao longo da costa da África Ocidental. Até o final de setembro, 785 pessoas, incluindo 177 mulheres e 50 crianças, morreram ou desapareceram em 2021.

Conteúdo adaptado do material publicado originalmente em inglês pela ONU News

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